Amamentação: cada ano de aleitamento reduz risco de câncer de mama na mãe em 4,3%, mostra estudo
- Portal Saúde Agora
- 1 de ago. de 2024
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No Brasil, a recomendação do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de que a amamentação seja exclusiva com leite materno para crianças até os seis meses do bebê. No entanto, pesquisadores mostraram uma nova evidência sobre os benefícios do aleitamento materno prolongado. Uma meta-análise mostrou que no período de 12 meses ele diminui o risco de câncer de mama em 4,3%.
O estudo foi publicado na revista científica Cancer Medicine, que contou com a análise de 47 estudos provindos de 30 países. A porcentagem evidenciada é um acréscimo à redução de 7,0% no risco da doença observada para cada gestação.
"Foi demonstrado que a amamentação não altera o efeito protetor de gestações múltiplas em mulheres que tiveram sua primeira gravidez a termo antes dos 25 anos. Em contraste, mulheres que tiveram 3 ou mais filhos, com sua primeira gravidez a termo após 25 anos, tiveram um risco 106% maior de câncer de mama se não amamentassem", observaram os autores da meta-análise.
A equipe também chegou a uma explicação para o efeito protetor do aleitamento mantido por pelo menos 12 meses.
"Os mecanismos de risco reduzido como resultado da gravidez estão relacionados a mudanças no processamento de RNA e diferenciação celular", explicaram os autores do estudo.
Desta forma, os pesquisadores ressaltam que especialmente mulheres com histórico de câncer de mama devem receber apoio para investir na amamentação.
Outros benefícios da amamentação
A evidência mais recente sobre os benefícios da amamentação prolongada mostra que amamentar crianças por mais de seis meses pode fazer com que tenham menos gordura corporal aos nove anos de idade.
Os pesquisadores avaliaram o percentual de gordura corporal das crianças duas vezes durante o estudo, primeiro com uma idade média de cinco anos e depois aos nove. Os resultados, apresentados na Reunião Anual da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes (EASD), realizada na Alemanhã, revelam que as crianças amamentadas durante seis meses ou mais tiveram uma percentagem de gordura corporal significativamente menor quase nove anos mais tarde, em comparação com aquelas que foram amamentadas por períodos mais curtos ou não amamentadas.
Da mesma forma, as crianças que não consumiram bebidas açucaradas até depois dos 18 meses apresentaram menor massa gorda aos nove anos.
Aos nove anos de idade, as crianças que foram amamentados durante menos de seis meses apresentavam 3,5% mais gordura corporal do que aqueles amamentados durante mais tempo. Da mesma forma, aqueles que consumiram refrigerantes antes dos 18 meses tinham cerca de 7,8% mais gordura corporal aos nove anos do que aqueles que consumiram essas bebidas pela primeira vez aos 18 meses ou mais tarde.
Fonte: O Globo
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