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Adenomastectomia bilateral é o melhor tratamento para jovens com câncer de mama?

Embora a mastectomia profilática seja uma estratégia que busca evitar o câncer na mama contralateral, aumentar a sobrevida e alcançar melhores resultados estéticos, para o Dr. Maurício Magalhães Costa, coordenador do Núcleo de Mastologia do Americas Centro de Oncologia Integrado e presidente da Senologic International Society, a cirurgia dupla não deve ser feita de rotina nas pacientes na pré-menopausa.

O médico discutiu os prós e contras do procedimento durante Simpósio Internacional do Americas Oncologia realizado em 10 de agosto no Rio de Janeiro.

Dados nacionais mostram que a média de idade das mulheres no momento do diagnóstico de câncer de mama é de 54 anos, e 41,1% têm menos de 50 anos quando descobrem a doença. Os números indicam que as brasileiras têm mais risco de serem diagnosticadas com câncer de mama em idade mais jovem do que as mulheres de países de alta renda. [1]

Diferentes fatores têm contribuído para o aumento do número de casos de câncer de mama em mulheres na pré-menopausa no Brasil, por exemplo: “a acentuada queda da fecundidade; a redução da idade da menarca, decorrente do melhor estado nutricional da população; o retardo no início da gestação; a prevalência de nulíparas; e de gestantes com mais de 30 anos de idade”, disse o Dr. Maurício.

Características em mulheres mais jovens

O diagnóstico da doença nesse grupo envolve vários desafios, por exemplo, faltam protocolos de rastreio, sendo necessário considerar a ressonância magnética (RM) – as mamas são densas e o percentual de portadoras de mutações genéticas é maior.

Além dos desafios no diagnóstico, há obstáculos relacionados com a terapia local. O médico lembrou que frequentemente os tumores são grandes, há um alto risco de linfonodos comprometidos, alta taxa de recidiva local e prevalência de tumores com mau prognóstico. [2]

De maneira geral, mulheres mais jovens apresentam uma proporção maior de doença mais avançada e de câncer de mama triplo-negativo (21,2% versus 13,8%) e receptor tipo 2 do fator de crescimento epidérmico humano (HER2, sigla do inglês, Human Epidermal growth factor Receptor-type 2) positivo (26% versus 18,6%). [2]

Quando se trata de pacientes na pré-menopausa ainda existem outras considerações relevantes, como a discussão acerca da preservação da fertilidade, o tratamento dos sintomas do climatério, contracepção e possível associação com gestação e lactação.

Mastectomia profilática tem aumentado, porém riscos devem ser considerados

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